Já que hoje é o aniversário de 73 anos da bomba de Hiroshima, que tal filosofar um pouco sobre até que ponto “os fins justificam os meios”? O que você acha? Acha que sim? Acha que não? Depende? Vamos analisar essa questão agora.
Primeira coisa que devemos questionar sobre isso é sobre os próprios fins. Os fins são justos? São éticos? Ou os próprios fins são questionáveis? Porque se até os fins são questionáveis, então não há de se falar em meios, pois nem mesmo os fins se justificam por si só, o que dirá então dos meios para atingi-los.
Mas vamos supor que os fins são justos. Posso então me utilizar de qualquer meio para atingi-lo? A resposta é: depende. Mas de que? Depende da racionalidade dos meios.
Imagine que o fim seja salvar a vida de uma pessoa. E você tem uma forma de garantir isso, que é matando outras 10 pessoas. Ora, o fim é justo e moral. Salvar uma vida sempre é algo desejado e correto a se fazer. Porém os meios nesse caso não se justificam, pois não faz sentido matar 10 pessoas pra salvar uma.
Outro exemplo de meios irracionais é quando os fins são abstratos demais, utópicos. Tipo “eliminar a fome no mundo”. E pra eliminar a fome no mundo eu vou “roubar de quem tem para dar pra que não tem”. Ora, os fins são justos, não há dúvidas quanto a isso. E os meios se tomados isoladamente são injustos, afinal roubar é algo errado.
Mas o problema não está nos meios serem injustos. Afinal eles não precisam ser justos pra serem válidos, os fins é que precisam sê-lo. O problema nesse caso é que os meios além de injustos também são irracionais, pois não avaliam as consequências de se começar a roubar de quem tem pra dar pra quem não tem. Será que isso vai resolver mesmo o problema? Racionalmente falando não, pois isso gerará desestímulo e desincentivo ao trabalho, pois ter posses em vez de uma virtude passará a ser um defeito.
Então pra resumir, os fins justificam sim os meios, desde que os fins sejam justos e os meios para atingi-los sejam racionais.
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