Na corrente política atual dita de direita, existem duas subcorrentes que divergem em alguns aspectos: os liberais e os conservadores.
Primeiramente tanto liberais quanto conservadores podem ser classificados de direita porque ambos acreditam nas liberdades econômicas do cidadão. Ambos acreditam no livre mercado e na livre iniciativa. E por isso mesmo ambos defendem um Estado que interfere o mínimo possível na vida econômica do cidadão, dando preferência à iniciativa privada em detrimento de empresas estatais.
Até aí tudo bem, mas eles divergem diametralmente quando o assunto deixa de ser a liberdade econômica e passa a ser as liberdades individuais. Não que a liberdade econômica não seja uma liberdade individual, mas aqui quando se fala em liberdades individuais são as demais liberdades, principalmente as de cunho moral.
Os liberais defendem que a liberdade dos cidadãos deve ser maximizada, e isso se estende também pra conceitos morais. Ou seja, o Estado não deve se intrometer na vida moral individual dos cidadãos, ou pelo menos deve se intrometer o mínimo possível, fazendo leis nesse sentido apenas quando o direito de um extrapola o direito dos outros. É o famoso princípio de “o direito de um acaba quando começa o dos outros”.
Já os conservadores têm um viés mais religioso e dogmático da coisa. Tipo, se for “pecado” o Estado deve proibir por meio de lei. Um exemplo clássico dessa divergência se reflete claramente quando o assunto é aborto, casamento gay, ou até mesmo o divórcio.
Eu como liberal acho bastante contraditória essa posição dos conservadores, principalmente por dois motivos. Primeiro porque os conservadores, se acreditassem realmente em um Estado mínimo e não intervencionista, não teriam porque dizer que essa não-intervenção só deveria estar restrita à área econômica. Isso não faz muito sentido lógico. Afinal liberdade é liberdade e ponto final. Se a liberdade é econômica, política, social, individual, pouco importa, continua sendo uma liberdade, e portanto um valor a ser perseguido.
Segundo porque a liberdade não dá pra ser subdividida assim de maneira tão perfeita, de forma que retirando algumas liberdades individuais do cidadão isso não vá de nenhuma forma afetar a sua liberdade econômica, ou política. Ou seja, você privar o cidadão de liberdades individuais acaba sim por afetar as suas demais liberdades, direta ou indiretamente.
Bem, claro que esse assunto é muito extenso e dá uma boa discussão se for entrar nos meandros da questão. Mas resumidamente deixo aqui a minha opinião sobre ela.

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