Em defesa da moralidade objetiva

Nas minhas duas postagens anteriores eu escrevi sobre um assunto filosófico que muito me atrai, que é a moralidade. E percebi que esse assunto despertou um interesse até razoável para os padrões do Steemit onde a interação ainda é muito baixa:

Então resolvi fazer essa postagem continuando com o assunto. Mais especificamente, vou tentar aqui sanar aquele que parece ter sido o ponto que gerou maiores questionamentos, que é o fato de a moral ser ou não objetiva.

Primeiramente gostaria de deixar claro que, mesmo que a moral seja objetiva, isso não impede que a nossa percepção sobre ela seja imperfeita, e portanto, subjetiva. Pra exemplificar esse ponto, imagine que você junte em uma sala 10 pessoas completamente ignorantes sobre o que é um buraco negro, e faça perguntas a elas sobre características dele. Como eles são ignorantes sobre esse assunto, cada um vai dar uma descrição diferente sobre o que é um buraco negro, e provavelmente até conflitantes umas com as outras. Mas isso torna o buraco negro algo subjetivo? Claro que não, apenas a percepção dos sujeitos sobre ele é que é imperfeita e cheia de furos e imprecisões.

Então se formos apenas observar ao longo da história humana aquilo que consideramos moral ou imoral perceberemos que cada cultura tem sim muitas semelhanças morais, mais também muitas diferenças substanciais. Mas como expliquei acima, isso por si só não significa que não exista uma moralidade objetiva subjacente, apenas esperando para ser descoberta, assim como descobrimos cada vez mais sobre buracos negros, por exemplo.

Tendo feito essa introdução, vamos agora propriamente à breve defesa da existência de uma moralidade objetiva atrelada à nossa realidade factual.

Imagine que não houvesse parâmetro objetivo nenhum para avaliar um princípio moral. Se assim fosse, não teríamos como confrontar uma moralidade com a outra, pois ambas seriam 100% subjetivas, uma mera questão de gosto, crença ou opinião pessoal. Isso nos levaria a um niilismo moral total e completo onde a rigor ninguém teria o direito de se julgar moralmente superior a ninguém.

Agora pense no quão absurdo seria isso. Será mesmo que o assassinato de um inocente não é algo inerentemente errado mas uma mera questão de opinião/crença pessoal? Será mesmo que o estupro de uma criança não é algo inerentemente errado mais uma mera questão de opinião/crença pessoal? Analise se realmente pensar dessa forma faz algum sentido lógico.

Não não faz. Algo dentro de nós fica gritando que isso é realmente errado, pois ninguém tem direito de dispor sobre a vida do outro, nem sobre o corpo de uma criança contra a sua própria vontade.

Bem esse assunto dá muito pano pra manga e essa postagem tem a intenção de ser apenas uma introdução inicial sobre o tema pra ver se vale a pena continuar divagando sobre ele. Mas basicamente pra começar seria isso, ou seja, assumir que a moralidade é sempre subjetiva e sem parâmetros objetivos de avaliação nos levaria a um niilismo moral absurdo e ilógico, e portanto é no mínimo mais razoável acreditar que ela seja objetiva, e baseada em premissas objetivas.


pixabay


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