Uma coisa impressionante foi a desidratação dos votos da Marina Silva, que tinha 16% em agosto, mas quando o candidato do PT foi finalmente definido, ela desidratou totalmente até receber menos votos que o Cabo Daciolo. Quem poderia prever isso?
Essa eleição foi a eleição da polarização, e por isso mesmo, do “voto útil”. Uma vez que a polarização foi se consolidando entre o Bolsonaro de um lado e o Haddad do outro, as demais candidaturas sofreram uma desidratação considerável, principalmente a de Marina Silva. As pessoas polarizadas preferiram tomar partido logo no primeiro turno e ajudar o candidato “do seu lado da polarização”.
As únicas exceções a essa desidratação foram o Ciro Gomes e o Amoêdo. No caso do Ciro isso não serviu de muita coisa para ele, pois ele mesmo assim continuou em terceiro lugar nas pesquisas e não conseguiu ir para o segundo turno, que era obviamente o seu objetivo. Porém para o Amoêdo, não ter sofrido desidratação foi bastante significativo. Quem diria que o João Amoêdo, que não participou de nenhum dos debates porque as pesquisas o colocavam lá em baixo, ficaria à frente de Marina Silva, Henrique Meirelles, Álvaro Dias e Guilherme Boulos? Mesmo todos eles tendo participado de vários debates na TV? Isso mostra que os votos do Amoêdo eram de pessoas bastante firmes e conscientes da importância do seu voto, das suas ideias e posições. E isso é muito bom para o país. Com certeza o Partido Novo passará de agora em diante a representar uma força política nada desprezível do país.
Uma outra grande surpresa dessa eleição também está relacionada ao Partido Novo. Trata-se do candidato Romeu Zema que ficou em primeiro lugar com mais de 42% dos votos válidos. As pesquisas o colocavam em terceiro lugar, e agora ele tem chances reais de ser o próximo governador de Minas. Seria uma estreia e tanto para o Partido Novo nas eleições, já ganhando o governo do terceiro maior colégio eleitoral da federação.
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