O maior problema do espectro político atual na hora de separar quem é direita e esquerda é embaralhar questões econômicas com morais.
Por exemplo, pra você ser considerado um capitalista, basta que você seja a favor do livre mercado, com baixa interferência estatal na economia. E isso por si só já é suficiente para te tornar uma pessoa da direita.
E obviamente isso independe dos seus valores morais. Você pode ser capitalista sendo cristão, ou muçulmano, ou budista, ou mesmo ateu. Uma coisa independe da outra.
Porém na prática, principalmente aqui no Brasil, costumamos associar os ditos “conservadores” como sendo “direita”.
Ora, isso é muito errado, e deveria ser corrigido o mais rápido possível.
Primeiro que economia independe de religião ou valores morais individuais. Eu posso ser conservador nos valores morais, e ao mesmo tempo ser contra privatização, e a favor de um Estado protecionista, estatista, intervencionista.
E obviamente que também posso ser capitalista e não ser conservador. Posso defender o livre mercado, mas ao mesmo tempo também defender as liberdades individuais, com interferência mínima do Estado não só na vida econômica, mas também na vida privada do cidadão.
Então ser capitalista não diz nada sobre os seus valores morais, e seus valores morais também não dizem nada sobre você ser ou não capitalista. Precisamos de uma vez por todas na política tratar as vertentes econômicas e morais como sendo 100% independentes uma da outra. E acabar com esse papo de dizer que todo conservador é capitalista, ou que todo capitalista é conservador.
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