Quando começa a vida: uma visão científica

Foi lendo essa excelente postagem “Quando começa a vida de um ser vivo?” que eu me inspirei a fazer esta aqui. E como tenho uma visão bastante científica das coisas, e gosto de analisar tudo sobre essa perspectiva, é do ponto de vista estritamente científico que irei analisar essa questão, desconsiderando questões filosóficas/morais/religiosas.

Então vamos lá. Apesar do título deste post ser “quando começa a vida”, na verdade a discussão não é exatamente essa. Porque todos sabemos que uma nova vida sempre surge de algo vivo anterior. Matéria morta não consegue originar uma nova vida. Então pra ser mais exato, o que queremos discutir aqui é “quando começa a vida de um NOVO INDIVÍDUO HUMANO”.

Sendo assim, teremos que definir o que caracteriza um indivíduo humano. Uma das coisas mais triviais que caracterizam um indivíduo é que ele é uno, indivisível. Não pode um indivíduo se dividir em dois, e muito menos dois indivíduos se mesclar e formar um só. Um indivíduo humano sempre será uno, indivisível e “imesclável”, do seu surgimento até a sua morte.

Outro conceito interessante é saber diferenciar aquilo que é potencial do que é factual. Por exemplo, todo vidro é uma garrafa em potencial, desde que aquele vidro seja usado para fabricá-la. Mas embora o vidro seja uma garrafa em potencial, pois tem a capacidade de se transformar em uma, ele não pode ser considerado como já sendo uma garrafa, pois ainda não o é.

Agora que sabemos diferenciar os conceitos de algo potencial e factual, podemos então ir além e dizer que não estamos em busca de saber quando começa a vida de um novo indivíduo humano potencial, mas apenas de um novo indivíduo humano FACTUAL. Ou seja, não basta apenas ter o potencial de se transformar no futuro em um ser humano pra ser considerado como tal, mas já ser factualmente um.

Tendo dito isso, posso afirmar com certeza que a vida de um novo indivíduo humano não começa na concepção. Isso porque logo após a concepção tudo o que temos é uma única célula humana totipotente, ou seja, com potencial de vir no futuro a se transformar em um ser humano, mas que ainda não o é.

Além disso, logo após a concepção o embrião poderá se dividir em dois, formando gêmeos univitelinos. E mais que isso, ele também tem a capacidade de se mesclar com outro embrião e dar origem a um único feto, no fenômeno chamado de quimerismo.

Bem é isso. Do ponto de vista estritamente científico podemos dizer com certeza absoluta que a vida de um novo indivíduo humano não começa na concepção, mas em algum momento após ela.


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