Essa postagem é a sequência do raciocínio desenvolvido na postagem anterior (Liberdade e dignidade humana). Nela foi dito que a liberdade é um meio, e não um fim em si mesmo. E que a finalidade seria a felicidade, a saúde e a vida plena. E que qualquer coisa que entre em conflito com esses três conceitos pode ser considerado algo contrário à dignidade humana.
Aí você pode argumentar que ainda assim o conceito de dignidade humana continua subjetivo porque esses três conceitos ainda são subjetivos. Bem, são subjetivos em partes, porque por outro lado já são conceitos que podem até ser estudados e averiguados pela ciência. E a ciência como sabemos, de subjetivo não tem nada.
Vejamos por exemplo o conceito de felicidade e saúde. Na verdade esses dois conceitos podem ser resumidos apenas em um, saúde, porém dividido entre saúde física e mental. Ou seja, a felicidade seria traduzida como uma saúde mental.
E todos nós sabemos que existe toda uma ciência destinada a estudar o que é ou não saudável. No caso da saúde física existe a medicina. E no caso da saúde mental existe a psicologia. Então essa “subjetividade” dos conceitos de felicidade e saúde já não podem ser tidos como tão subjetivos assim, ao ponto de invalidar o conceito científico.
Então vamos ao terceiro conceito, o de vida plena. Ele complementa os outros dois porque você pode ter saúde cientificamente falando, mas estar confinado, preso, cerceado da sua liberdade de viver a sua vida da melhor forma possível. Aqui não estamos falando apenas da felicidade atual de um indivíduo, mas na possibilidade que ele deve ter de ser livre para maximizá-la sempre que possível for. Não é moral tirar a liberdade de uma pessoa de poder tentar ampliar cada vez mais a sua felicidade, mesmo que ele atualmente até já se sinta feliz.
Em resumo, humanamente digno é aquilo que te deixa física e psicologicamente saudável, além de não te impedir de ser cada dia mais feliz, de maximizar a sua própria felicidade.
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