Competição ou colaboração: eis a questão!

Foi lendo e discorrendo sobre as idéias desta excelente postagem que eu me inspirei para fazer esta.

Ela trata de uma ideia importante na interação dos seres humanos com seus semelhantes, ou seja, das sociedades humanas e o nosso comportamento individual diante do conflito entre os nossos interesses individuais e os interesses coletivos.

À primeira vista, pensando em um ser humano ideal em um mundo perfeito, é óbvio que não haveria porque se falar em competição. Se todos pensam mais no coletivo que em si próprios, e estão 100% dispostos a se sacrificar em prol do bem comum, então a única “competição” que haverá será pra ver quem se sacrifica mais pela comunidade.

Mas saia do mundo ideal e entre um pouco no mundo real. E aqui temos que ter um mínimo de noção de antropologia para entender como o ser humano se comporta na prática.

Imagine um grupo perfeito com apenas duas pessoas que se amam. É óbvio que esse pequeno grupo será cooperativo. E é justamente o que acontece com os casais bem casados. É evidente que eles raramente pensam só em si, mas tudo o que fazem é pensando no bem estar e benefício de ambos. Afinal, um não é feliz sem o outro, e um não se sente bem sem saber que o outro também se sente assim.

Agora comece a complicar os relacionamentos. Ou seja, imagine que o amor romântico desse casal comece a esmorecer. Ou então coloque mais uma pessoa nesse grupo, e agora em vez de um casal vão ser três pessoas. Será que eles vão continuar tão linda e perfeitamente cooperativos assim? Ou vão começar a surgir desconfianças e até certas intrigas e conflitos de interesses?

Agora vá complicando essa sociedade mais ainda. Imagine uma empresa sem dono. O “dono” nada mais são que os funcionários que nela trabalham. E todos trabalham de forma cooperativa, sempre tendo em vista o bem comum da empresa e de todos que dela dependem. Será que essa cooperação iria sobreviver muito tempo?

Eu acho que não e explico. É que na verdade toda cooperação é uma forma de equilíbrio instável. Ou seja, basta apenas um único membro da comunidade deixar de ser cooperativo para começarem as intrigas e desconfianças generalizadas. As cooperativas demandam muita confiança e boa fé de todos em todos, o que sabemos que isso é quase um conto de fadas, difícil de acontecer na prática.


pixabay

Então não, o ser humano não é cooperativo. Tirando talvez pequenos grupos sociais com ligações íntimas entre os membros, como casais apaixonados, famílias, etc, o ser humano é muito mais competitivo que cooperativo. Claro que é bem mais “bonitinho” imaginar um ser humano cooperativo e fraterno em vez de um competitivo e com interesses individuais. Mas é exatamente assim que ele tem sido na prática ao longo de toda a sua história. E contra fatos não há argumentos, apenas a negação do óbvio em prol de utopias.

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