Vira e mexe eu me deparo com o argumento de que a liberdade de expressão é imune a condenações morais. Ou seja, literalmente posso falar o que eu quiser. É a chamada liberdade de expressão irrestrita, onde as punições só deveriam atingir as ações, jamais as opiniões. E o que eu acho sobre isso? É o que vou falar aqui nessa postagem.
Primeiro de tudo, gostaria de deixar claro que nenhuma de nossas atitudes, sejam orais ou físicas, estão imunes à análise da sua moralidade. Somos agentes morais justamente por isso, porque somos capazes de medir as consequências dos nossos atos. E não só ações físicas têm consequências, mas também as ideias. Quanto a isso acho que é ponto pacífico.
Além disso, não dá pra tapar o sol com uma peneira. Toda ação física se origina antes de um pensamento, de uma ideia. São as ideias que alimentamos em nossas cabeças que nos impulsionam para agir de um modo ou de outro. Dizer que a propagação de uma ideia não tem consequências morais reais, é simplesmente ignorar o óbvio.
Então diante disso, não vejo diferença alguma se uma imoralidade é proveniente de uma agressão física ou verbal. Se você intencionalmente agride uma pessoa sem motivo algum, você está sendo imoral e ponto final. E por estar sendo imoral, você deve ser punido proporcionalmente ao que fez.
Por exemplo, imagine um Teatro lotado. De repente alguém comete o descalabro de gritar “incêndio”, causando naturalmente um certo pânico e até possivelmente acidentes graves entre os presentes. Você acha que isso não merece ser punido? Óbvio que merece ser punido, apesar de ter sido “apenas uma ideia”, uma expressão inoportuna e errada dele naquele momento.
Então é isso, não sou de forma alguma um defensor da liberdade de expressão irrestrita. Acho que palavras e ideias podem ser tão imorais e agressivas quanto a própria agressão física em si, e por isso devem e merecem ser punidas.
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