Ministra diz que branco veste branco e negro veste preto

Calma, calma. A Ministra realmente nunca falou isso e é apenas uma provocação para refletirmos sobre o assunto.

Pra quem não está por dentro, aconselho que leia antes duas postagens anteriores sobre essa polêmica:

Essa frase me veio à mente depois que vi muita gente defendendo a Ministra, dizendo que foi uma metáfora contra a “ideologia de gênero”. Mas será que aceitaríamos ela dizer a frase “branco veste branco e negro veste preto”? Será que iriam defender ela dizendo que “é só uma metáfora contra a ideologia de raça”? E que ela apenas estava querendo dizer que branco é branco e negro é negro? Penso que não.

Mas porque uma frase parece ser socialmente mais aceita que a outra? Porque combater a “ideologia de raça” significa combater o preconceito de raça, enquanto combater a “ideologia de gênero” parece socialmente ter o exato significado oposto, combater quem combate o preconceito?

Penso que a frase “branco veste branco e negro veste negro” soa bastante infeliz e desrespeitosa por dois motivos. Primeiro que não existem só brancos e negros no mundo. Existe todo tipo de mistura entre os dois, e inclusive gente tão misturada que sequer sabe se definir como sendo um ou outro. E obviamente essa frase seria desrespeitosa com essas pessoas.

Segundo que ela soaria como uma crítica velada e indireta aos “brancos que se sentem negros” ou aos “negros que se sentem brancos”. Mas se um negro se sente branco, qual o problema disso? Nenhum. E se um branco se sente negro qual o problema disso? Também nenhum, a não ser aos olhos dos racistas.

E raça, ou melhor, etnia ninguém escolhe, já se nasce com ela. Mas assim também é com a sexualidade: ninguém escolhe, mas percebe-se que a possui a partir da puberdade.

Então penso que por todos os motivos expostos acima ambas as frases deveriam ser igualmente revoltantes. Porque se não devemos diferenciar os seres humanos pela etnia, visto que essa característica é irrelevante para caracteriza-lo essencialmente como humano, então o mesmo se aplica para questão de gênero ou sexualidade.

Portanto não devemos reforçar os preconceitos de gênero, mas pelo contrário, mostrar cada vez mais que raça e/ou gênero e/ou sexualidade não definem caráter, e que seja lá qual for a sua não muda em nada a sua essência humana.


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