A criatura pode mais que o criador

Uma certa vez estava eu debatendo sobre religião e afins e surgiu a afirmação de que Deus não poderia pecar.

Então a primeira coisa que me veio em mente é que, se isso for realmente verdade, a criatura pode mais que o criador.

Porque uma das explicações teológicas para a existência do mal no mundo é exatamente o livre arbítrio, ou seja, a nossa capacidade ampla de poder fazer tanto o mal quanto o bem. E que essa liberdade por si só seria algo bom. E por ser bom, Deus nos concedeu.

Ora, se Deus nos concedeu essa capacidade por ser algo bom, então porque essa capacidade também não seria algo bom para ele próprio? Deus não tem livre arbítrio então?

Veja que a questão aqui não é se ele alguma vez já fez algo mal, mas apenas se ele tem ou não essa capacidade. Porque não é porque eu posso fazer algo que eu tenha que fazê-lo.

Se for bom apenas para as criaturas e não para o próprio criador, então não se pode dizer que o livre arbítrio é algo bom por si só, mas algo condicionado à imperfeições do ser que a possui.

Eu sinceramente acho tudo uma grande especulação. Ficamos tentando tatear no escuro na tentativa de explicar as coisas da forma como achamos ser mais plausível, mas sem ter como comprovar nada. Então vira tudo muito vago e cheios de furos.

E é por essas e outras que existe a piadinha abaixo quando o assunto é teologia:

Filosofia é como estar num quarto totalmente escuro procurando um gato preto.
Metafísica é como estar num quarto totalmente escuro procurando um gato preto que não está lá.
Teologia é como estar num quarto totalmente escuro procurando um gato preto que não está lá e ainda gritar “Achei ele!”


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