Eu estive pensando sobre o maior de todos os conflitos filosóficos da existência humana moderna, e resolvi por as minhas elucubrações no papel, ou melhor, na tela.
É que durante muito tempo, eu diria até quase a totalidade da existência humana, o homem sempre considerou assuntos de certo e errado, de moralidade como algo dogmático, dependente de ditames e mandamentos de alguma autoridade “sábia”, e não apenas uma consequência objetiva do intelecto racional.
Por exemplo, no Egito Antigo certo e errado era o que o Faraó ensinava. Seguir o certo era seguir o Faraó, que se considerava um Deus na Terra. Depois veio a ideia do Deus “criador do Universo”, e o certo e errado era aquilo que tinha sido ditado e ensinado aos homens de alguma forma por esse Deus. No Ocidente esse Deus é o abraâmico, e seus ensinamentos e mandamentos se encontram na Bíblia, ou no caso dos católicos, também na tradição da Igreja.
Mas muito recentemente, principalmente após o Iluminismo e o Renascimento, a razão e o pensar ganhou um peso muito maior do que apenas acreditar e obedecer. E essa linha de pensamento tem se agravado cada vez mais até os nossos dias atuais, onde temos claramente um conflito latente entre duas vertentes de moralidade: a secular-racional e a antiga religiosa-dogmática.
E nada evidencia mais esse conflito de moralidades do que a questão que vou apresentar a seguir:
Imagine que uma clínica de fertilização artificial esteja pegando fogo e dentro dela estão uma criança e 100 embriões congelados. Você tem a chance de salvar um deles de morrer queimado no incêndio. Quem você salvaria?
Independente da resposta que você dará a essa pergunta a lição que fica evidenciada é que ambas as moralidades não podem ser válidas ao mesmo tempo. Apenas uma será a correta, e portanto a outra será automaticamente algo imoral!
Eis a questão filosófica principal dos nosso dias. E esse conflito de moralidades ainda continuará a nos perturbar como homens modernos do século XXI durante um bom tempo, até que uma das duas finalmente vença essa guerra. E obviamente a “moralidade” perdedora será lembrada com vergonha, como algo fruto da nossa ignorância do passado. Que assim seja!
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