O direito filosófico ao próprio corpo

Uma questão filosófica interessante para se debater é até onde vai os nossos direitos enquanto seres humanos.

Como regra geral todos somos 100% livres para viver as nossas vidas como bem entendermos, desde que respeitemos também obviamente a liberdade dos outros. Quando a liberdade de um começa a se chocar ou se sobrepor à liberdade do outro é quando a treta toda começa.

E essa mesma lógica pode ser usada para o direito à propriedade que temos sobre o nosso próprio corpo. Enquanto a pessoa é proprietária do próprio corpo e isso não afeta terceiros, o que é a regra geral (ainda bem), não há muito o que debater. Mas imagina a situação da doação de órgãos por exemplo. Aqui temos uma situação clássica de conflito de direitos: o de propriedade e o da vida.

Quem possui o órgão deve ser livre para doar só se quiser mesmo que o outro esteja correndo risco de vida? Acredito que a maioria vai dizer que sim. Ninguém deve se sacrificar por algo que não deu causa, a não ser que assim o queira. Então doa quem quer, mesmo em casos de vida ou morte para o paciente.

Até aí “tudo bem”, mas que tal complicar um pouquinho mais? Imagina o mesmo caso onde uma pessoa está precisando urgentemente de um órgão para não morrer. Só que agora o doador não é mais vivo, acabou de falecer. Nesse caso ele continua com o direito sobre o seu próprio corpo mesmo depois que já morreu e nem irá precisar mais dele para nada?

Aqui a questão é bem mais complexa, pois pode-se até questionar se a pessoa continua tendo direitos depois de morto, ou se esses direitos eram apenas enquanto ela ainda estava viva.

Eu penso que a liberdade está em primeiro lugar. Enquanto a pessoa é viva, o direito dela ao seu próprio corpo é mesmo absoluto. Mas mesmo depois de morta também acho errado fazer doação de órgãos se ela enquanto viva não autorizou isso explicitamente, por mais “egoísta” que isso possa parecer.


pixabay

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