Quando a verdade se torna uma inconveniência

Nós somos seres gregários. Precisamos e gostamos de viver em grupos. E isso é até um paradoxo, porque a vida em grupo não vem apenas acompanhada de benesses, mas também muitos malefícios e desvantagens.

E uma dessas desvantagens é não poder ser muito sincero. Existe até um neologismo criado para expressar essas pessoas que se prejudicam por ser sinceras demais, o “sincericídio”.

Queremos e valorizamos a verdade, mas só até certo ponto. Quando a verdade começa a nos afastar do grupo ao qual queremos ou precisamos pertencer, ela passa a ser uma inimiga nossa, um empecilho nas nossas vidas.

As pessoas ao nosso redor que são sinceras demais também nos assustam. Porque todos sabemos que tem coisas que não devem ser ditas por não serem adequadas a certas circunstâncias.

Mas mesmo descartando a questão social da coisa, e considerando apenas nós enquanto indivíduos, ainda assim a verdade pode nos ser inconveniente. E isso acontece quando ela alimenta nossos medos, ou nos revela uma realidade muito indesejada. Então nesses casos muitas vezes preferimos viver na nossa autoenganação a ter que aceitar a realidade nua e crua como ela é.

Então não só a vida social, mas também a individual nos põem constantemente diante desse dilema: buscar e abraçar uma verdade que nada nos acrescenta e nada nos agrada? Ou viver dentro da nossa própria ilusão? Cada um tem o seu próprio termômetro para decidir isso, mas a verdade é que ninguém consegue ser 100% sincero e verdadeiro. E isso nos põe diante de uma boa questão filosófica.


pixabay


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