Os limites morais da ciência

A ciência não só facilita as nossas vidas, mas também nos empodera. E nos empodera tanto que às vezes nos assusta. Porque já dizia o tio do homem aranha: “ com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Então imagine os poderes da ciência em mãos de pessoas ou mesmo de governos irresponsáveis?

E não estou falando só das clássicas armas de destruição em massa, como bombas atômicas e etc. Mas também de coisas mais sutis, como pesquisas genéticas com seres humanos, por exemplo.

E recentemente houve um caso desse que escandalizou o mundo. O caso aconteceu na China. O cientista chinês He Jiankui afirmou que duas gêmeas nasceram “saudáveis” após seus genes terem sido editados em laboratório para que se tornassem resistentes ao vírus do HIV.

Se formos analisar as intenções, elas foram boas, não há dúvidas disso. Mas quem disse que bastam boas intenções para que uma ação se torne moral? É como diz o ditado popular: “de boas intenções o inferno está cheio”.

O fato é que isso abre um precedente muito perigoso, e com consequências imprevisíveis. Não só porque essa técnica pode vir a ser usada com intenções espúrias, mas também porque mesmo bem-intencionados podemos gerar efeitos colaterais imprevistos.

Quem poderá prever que essa edição genética não tenha nenhum efeito negativo? Imagina que ao editar um gene pra tornar os humanos imunes a certas doenças, acabem tornando eles suscetíveis a outras que nem existem hoje? Ou então que passem a surgir deficiências genéticas em seus filhos e/ou descendentes?

Então está aí uma questão cuja tendência é tirar cada vez mais o nosso sono à medida que a ciência avança: até quando devemos deixar ela prosseguir o seu caminho, e quando chegará a hora de dar um basta?


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