Boa noite!
No último post falamos do diagnóstico da Hipertensão Arterial Sistêmica(HAS), que é quando em condições ideais, e exclusão de outros diagnósticos que tem como consequência a hipertensão arterial, a pressão arterial se mantém acima de 140x90mmHg, em repouso.
A Hipertensão Arterial é multifatorial, e temos fatores de risco que aumentam as chances de se ter HAS e fatores de risco que são consequência junto a outros fatores, e controlar os fatores de risco, ajuda a melhorar a qualidade de vida futura, e evitar prognósticos desfavoráveis
Como fatores de risco multiplicadores da HAS, multiplicador é diferente de adicionador, pois essas doenças quando coexistem, em controle inadequado tendem a interagir exponencialmente.
Essas doenças são Dislipidemias, Obesidade Abdominal, Diabetes Mellitus ou intolerância a glicose. Estudos mostram na coexistência desses fatores, associam-se a maior risco de morte súbita, acidente vascular encefálico(AVE), Doença vascular periférica, Insuficiência Cardíaca, Infarto agudo do miocárdio e Doença renal crônica.
Então por isso o controle adequado da pressão arterial se faz necessário, a pressão mantida em níveis elevados já aumenta o risco de complicações, associada a outras comorbidades, aumentam mais ainda.
É importante lembrar que estamos falando de uma doença crônica, com repercussão a longo prazo, a curto prazo a HAS é grave em caso de urgência e emergência, que são quadros diferentes que discutirei posteriormente, e muito menos comum do que a hipertensão arterial assintomática, que são a grande maioria dos casos.
No Brasil, dados epidemiológicos evidenciam que em torno de 36 milhões de adultos, são portadores de HAS. Estamos falando de uma população que tem em média no total de 200 milhões de pessoas, é um número muito alto.
Estudos americanos consistentes, mostram que a HAS é diretamente responsável por 45% das mortes cardíacas, e 51% das mortes decorrentes de AVE.
E são causas em grande parte que poderiam ser evitadas, com o devido cuidado em saúde pessoal, assistência à saúde, e uso de medicação.
Em muitos casos, o diagnóstico, por ser uma doença assintomática e que se inicia na idade adulta, muitas pessoas não tem a cultura de avaliar periodicamente a pressão, o que leva ao tratamento e diagnóstico tardio, quando muitas lesões microvasculares já aconteceram, e mesmo assim deve-se evitar mais lesões.
Isso contribui também para o elevado custo em saúde tanto no privado quanto no público, uma doença que aumento o risco de doenças cardiovasculares em geral, aumenta o número de óbitos, e de pessoas que em idade produtiva, não tem condições de trabalhar, como por exemplo em casos de insuficiência cardíaca grave.
É um custo social e econômico enorme. E para poder entender esse custo, as pessoas tem que entender a repercussão do cuidado em saúde, que é individual, estudos brasileiros mostram que muitas pessoas não conhecem, muitas mesmo conhecendo não tratam adequadamente.
Controlar a pressão arterial, é cuidar do futuro, igual investimento, é diminuir as chances de desfechos desfavoráveis, ou de uma qualidade de vida dependendo de suporte de cada vez mais medicações ou intervenções médicas.
Essa é a importância de conhecer a Hipertensão Arterial Sistêmica, no próximo post falarei dos fatores de risco para se ter HAS, que como disse é diferente dos fatores de risco exponenciais quando se tem HAS comorbido com outras patologias.
Obrigado pela leitura, e lembre-se de aferir a pressão, se não tem esse costume e não aferiu recente, vale a pena conferir, é importante investir na sua saúde também.
Bibliografia:
7 Diretriz Brasileira de Hipertensao Arterial
